segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
sábado, 2 de janeiro de 2010
VALE A PENA LER PRIMEIRO - JORNAL BOM DIA 02/01/2009
André Kondo
Em uma estrada em que há pouco mais de uma década ninguém ousaria passar, um velho ônibus se arrastava carregando turistas de várias partes do mundo. As atrocidades do Khmer Rouge ficaram no passado, mas as cicatrizes causadas pelo sangrento regime de Pol Pot ainda eram vistas ao longo daquela esburacada estrada de terra. A maior delas, a pobreza, era uma ferida que ainda não havia cicatrizado.
No fim daquela estrada estavam as espetaculares ruínas de Angkor. Quilômetros de colossais templos de pedra engolidos pela selva certamente valiam a cansativa viagem de dez horas pelo Camboja. O ônibus parou diante de uma choupana que fingia ser um restaurante. Eu fui ao banheiro, apenas um buraco no chão rodeado por muros rebocados com barro. Ao sair, fui abordado por um sorridente rapazinho que me pediu algumas moedas pelo serviço sanitário.
Cercado pela pobreza, o garoto que limpava latrinas sonhava em conhecer a riqueza das paisagens do mundo. Cuidando do precário (porém limpo) banheiro, ele ganhava algum dinheiro. Nas horas de folga, ele estudava inglês em um livro que ganhara de um forasteiro. Aproveitava também para praticar e aprender um pouco da língua com os turistas que passavam por ali.
"E o dinheiro que você ganha? É para a sua viagem?", eu perguntei.
"Não. É para ajudar... minha família", disse o garoto, com orgulho.
"Mas e quanto a sua viagem? É preciso juntar muito dinheiro para viajar, se você se esforçar e trabalhar bastante, um dia poderá conhecer o mundo", eu disse, mesmo sabendo que nem se ele trabalhasse durante toda a vida ele seria capaz de juntar dinheiro suficiente daquela forma.
"Eu não preciso... de dinheiro... para conhecer... o mundo", o garoto respondeu.
Ante meu rosto confuso, o rapazinho prosseguiu falando pausadamente, procurando as palavras: "Eu quero... conhecer o mundo... e... eu estou conhecendo... aprendendo inglês... converso com... estrangeiros... que passam aqui... eles falam sobre o mundo... já conheço Japão... Austrália... Inglaterra..."
Eu fiquei desconcertado com a resposta do garoto. Perguntei se ele já conhecia o Brasil. O garoto ficou curioso com este país tão misterioso, de que ele nunca havia ouvido falar antes. Em poucos minutos, ele viu as Cataratas do Iguaçu, se divertiu com o Carnaval e vibrou com um jogo de futebol. Conversamos pelo tempo que o ônibus ficou parado naquele lugar. Antes de partir, eu quis dar um pouco de dinheiro para ele, mas ele recusou dizendo que já havia recebido pelo seu serviço.
"Então, pelo menos aceite isso. É dinheiro do meu país", eu disse, entregando uma nota de um Real.
Quanto custa a felicidade de um garoto?
"Muito obrigado!", o garoto sorria, feliz com aquele pedaço de papel que vinha do outro lado do mundo, como se aquilo fosse uma passagem para um mundo distante. O garotinho tirou uma pulseira de palha entrelaçada de seu braço e a estendeu para mim.
"Sei que... não vale nada... mas é tudo que posso dar..."
Fiquei olhando para aquele pedaço de palha, imaginando o quanto aquilo era valioso, porque era um presente dado com amor.
"Muito obrigado", eu sorria, feliz com aquele pedaço de palha que vinha dos campos do Camboja, como se aquilo fosse uma passagem para um mundo perfeito.
"Obrigado... você... porque assim... um pedacinho de mim... vai viajar... viajar... com você."
O ônibus partiu. O garoto saiu correndo atrás, balançando o braço e gritando para que eu tivesse uma boa viagem. Enquanto isso, eu girava a pulseira de palha, que rodaria pelo mundo, como aquele garoto havia sonhado.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Encontro na Livraria Nobel 22/10/2009
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Sinopse do livro:
Uma busca real em quarenta países de cinco continentes.
Do Caminho de Santiago às trilhas do Himalaia, das estepes da Mongólia às areias do Egito, do berço de Buda ao túmulo de Jesus, do Equador ao Ártico, de Moscou a Nova York, de uma rósea lagoa na Bolívia ao alvo Taj Mahal na Índia, de uma praia no Caribe ao topo de um vulcão na Guatemala. Em que lugar está o amor?
Uma deusa viva no Nepal, uma prostituta em Amsterdã, um polígamo no Equador, um homossexual em Berlim, um casal a caminho do fim do mundo, um casal sentado em sua sala de estar, uma garota em uma cadeira de rodas, um garoto que limpa banheiros no Camboja, um cão na fronteira do Laos com o Vietnã, um homem sem pernas na Nicarágua, Papai Noel na Finlândia, um anjo na Espanha, um monge na Tailândia, uma viúva polonesa, uma mãe desesperada no caminho para Portugal, um pai bêbado na Suécia, irmãos sem o mesmo sangue na China, filhos sonhadores na Bolívia... O que há em comum entre todas essas pessoas diversas de lugares tão distantes? A resposta é simples: o coração!
Onde quer que haja uma pessoa, existe um coração. Onde quer que haja um coração, existe o amor. Será que uma dessas pessoas, em algum lugar do mundo, poderia responder ao enigma: “O que é o amor?”.
Talvez você encontre a resposta, nessa viagem sem fronteiras...
sábado, 20 de junho de 2009
Jornal Bom Dia 20/06/2009
O "Vale a pena ler de novo" de hoje apresenta:
Lumbini – Nepal
Há mais de dois mil e quinhentos anos nascia Sidarta Gautama, que se tornaria o iluminado Buda. Este fato de fé havia me levado a um templo, às margens de uma tranquila laguna. Em suas águas, Maya Devi havia se banhado antes de dar a luz ao príncipe Sidarta, herdeiro de um próspero reino.
Ali, nos jardins de Lumbini, me encontrei com um velho yogi que meditava sob a sombra de uma frondosa figueira ao lado da laguna. Bandeiras de oração tremulavam nos galhos, cada qual semeando uma sutra sagrada no vento. Nos olhos de um yogi como aquele, Sidarta viu o brilho que não enxergou na riqueza material em que vivia. De que adiantava toda a riqueza do mundo, se existia a doença, a velhice e a morte? Ninguém é próspero na doença nem rico na morte. A figueira sob a qual aquele yogi meditava naquela tarde havia nascido da semente da mesma figueira, sob a qual Sidarta meditou antes de se libertar e atingir o nirvana. Quando seus olhos se abriram como Buda, ele enxergou os sofrimentos e imperfeições do mundo, vislumbrando as ilusões da vida. E, com essa sabedoria, ele apontou para o Caminho do Meio.
Bem próximo ao jardim de Lumbini, visitei outro templo, onde me deparei com o sofrimento e a imperfeição da vida. Vários enfermos buscavam refúgio no templo, entre elas, uma criança. Seu rosto encurvado para um lado exibia uma deformidade. Suas pernas, finas como duas varas de bambu e tortas como dois galhos secos, não se moviam. Ela estava presa em uma velha cadeira de rodas...
_Namastê – saudei.
A criança se esforçou para sorrir, não porque ela não quisesse sorrir. A parte inferior esquerda de seu rosto estava paralisada. Mesmo assim ela conseguiu dar um “meio sorriso” muito mais radiante do que o sorriso inteiro de muitas pessoas que já cruzaram o meu caminho.
Sua mãe sorriu também, talvez estivesse orgulhosa por ver um estrangeiro “conversando” com a sua menina.
_A senhora veio rezar para curar a sua filha? – perguntei.
_Curá-la? De quê?
Fiquei desconcertado.
Percebendo o meu embaraço, a mulher sorriu. Beijou a testa de sua criança e nada mais falou. Só ficou admirando os olhos de sua filha.
Abaixei-me ao lado da cadeira de rodas. Olhei para os olhos daquela criança. Aqueles olhos... Seus olhos eram como dois pássaros, livres e radiantes. Dois pássaros que voavam sobre o telhado vermelho do templo, os sáris coloridos das mulheres, a miríade de cores e formas da natureza que brotava em cada canto daquele belo jardim. Seu olhar...
Compreendi que a mãe estava orgulhosa, não porque um estrangeiro estivesse falando com sua filha, mas porque ela sabia que a sua menina era especial. Comecei a entender que o amor não vê defeitos, o amor procura o que há de melhor em cada pessoa, de tal maneira que, no final, não existem mais defeitos... Só a perfeita imperfeição do amor!
(Trecho do livro Amor sem Fronteiras - páginas 23 e 24)
sábado, 30 de maio de 2009
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Lançamento do livro "Amor sem Fronteiras"
30/05 Jundiaí - 15:00 – Auditório do Parque da Cidade – Rodovia João Cereser, km 66.
31/05 São Francisco Xavier – manhã – Tenda Cultura sem Limites - OFF-FEST
02/06 Caraguatatuba – 13:00 – Pólo Cultural Adaly Coelho Passos (Praça Candido Motta, 72 - Centro)
05/06 São José dos Campos – 19:30 – Literacia – R. República do Líbano, 291 Jardim Oswaldo Cruz.
20/06 Sorocaba - 17:00 - Espaço Alexandria - Av. Barão de Tatuí, 1377.
21/06 Taubaté – 10:00 Teatro do Parque do Vale do Itaim – Av. São Pedro, 2000
Um convite ao amor!